Motor a gasolina para picapes médias e grandes virou coisa do passado. Hoje mais de 90% do mercado é dominado pelo diesel, geralmente destinado mais a passeio que a trabalho. Parte dos novos proprietários ainda não sabe que esse tipo de motor tem características próprias de uso e manutenção. Aprenda os principais macetes para quem acabou de entrar no mundo do diesel: Em modelos turbinados anteriores a 2000 ou 2001, é importante deixar o motor na marcha lenta de 15 a 30 segundos antes de desligá-lo. Se o motor for desligado rapidamente, o eixo de turbina continuará girando sem a lubrificação necessária, o que aumenta seu desgaste.
Não se assuste com o consumo elevado de óleo, comum nesse motor. O limite costuma ser de 0,5 litros de lubrificante para cada 100 litros de diesel. Se for maior, é porque há vazamento.
O lubrificante não é o mesmo que o usado em motores a gasolina ou álcool. Em vez das especificações SH, SJ ou SL, usa-se a CG4, CH4 e CI4. quanto mais alta a graduação, maior o nível de aditivos, que aumentam a vida útil do motor . Apesar de mais caro, prefira o CI4.
O filtro de combustível precisa ser drenado para retirar a água acumulada durante a filtragem. O próprio motorista pode drenar, mexendo num parafuso. O ideal é checar o nível toda semana. Se houver água demais, pode diminuir o nível de combustível e causar falhas no motor.
Ao ligar o motor, espere a luz da pressão de óleo apagar para só depois acelerar, isso reduz o desgaste das peças internas, pois faz com que a lubrificação esteja na sua eficiência máxima antes de aumentar a carga no motor.
O regime de giro de um motor a diesel é bem diferente. Enquanto com gasolina ganha-se velocidade ao se aproximar do limite de giro (indo de 6 000 para 7 000 rpm, por exemplo), no diesel isso não ocorre. Se deixar para trocar a marcha no limite do motor diesel (4 000 a 5 000 rpm), quase não há ganho de rendimento. A troca deve ser feita de 2 000 a 3 500 rpm. Cheque no manual qual é a faixa de torque máximo e faça as mudanças nessa rotação. Você vai ganhar em desempenho e consumo.
Algumas picapes têm vela aquecedora ou de pré-ignição. Gire a chave e, antes de dar a partida, espere apagar a luz indicando que a vela está aquecendo a câmara de combustão, para um melhor rendimento. Mas o procedimento só é necessário em regiões frias, como no Sul do país.
Como funciona
Quando, em 1885, o engenheiro alemão Daimler construiu o primeiro motor de combustão interna capaz de mover um veículo com razoáveis condições de segurança e economia, começou uma corrida em busca de aperfeiçoamentos, que dura até hoje.
Em 1894, outro engenheiro alemão, Rudolf Diesel, houve por bem simplificar o princípio de funcionamento do motor a explosão. Nasceu assim o motor diesel, que iliminou a necessidade de um circuito elétrico relativamente complicado para iniciar a combustão da gasolina. Nesse tipo de engenho, o combustível - o óleo diesel - queima por ação do calor que se liberta quando o ar é altamente comprimido.
O novo motor, dotado de uma eficiência térmica muito mais elevada que a dos motores a gasolina, logo encontrou emprego em instalações industriais e na produção de veículos pesados, como locomotivas, grandes caminhões e navios.
O rendimento, o tempo de vida útil, a segurança de funcionamento e o baixo custo de manutenção são algumas das características que fazem do motor diesel o preferido nesse tipo de aplicação.
Ciclo de um motor diesel
A. No primeiro estágio do ciclo de combustão, chamado indução, o ar é aspirado para o interior do cilindro, penetrando nele através da válvula de entrada.
B. Durante o segundo estágio, a compressão, o pistão sobe e comprime o ar dentro do cilindro, em proporção muito mais elevada do que num motor a gasolina comum.
C. Na ignição, o combustível é injetado no ar comprimido a alta temperatura, entrando em combustão espontânea e forçando o movimento do pistão para baixo.
D. No último estágio, denominado exaustão, os gases que se formaram na fase anterior são expelidos do interior do cilindro pelo movimento ascendente do pistão.
No motor diesel a descida do pistão não aspira mistura combustível; somente ar puro entra no cilindro. E, quando o pistão se desloca para cima, apenas esse ar sofre compressão. A compressão interna no cilindro atinge um grau muito mais elevado que nos motores a gasolina - suas taxas de compressão vão de 14:1 a 25:1. Em conseqüência, a temperatura do ar comprimido eleva-se consideravelmente, chegando a ultrapassar os 700º. À medida que o pistão se aproxima do limite máximo de seu curso, um fino jato de combustível é impulsionado para o interior do cilindro. Devido à alta compressão, o ar fica tão quente que, ao receber o combustível, faz este entrar em combustão espontânea, dispensando a presença da vela de ignição (ou ignição eletrônica).
Como no motor diesel o volume de ar aspirado para o interior do cilindro é sempre o mesmo, a velocidade da máquina é controlada apenas pela quantidade de combustível fornecida pelo injetor.
O motor diesel permite adaptações para funcionar com praticamente qualquer tipo de combustível, desde os óleos vegetais, até o gás natural e a gasolina de alta octanagem; porém, o mais comum e adequado é o óleo diesel destilado do óleo mineral cru. O óleo diesel é mais volátil que a gasolina e seu ponto de combustão situa-se aproximadamente a 75ºC.
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